terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Janela

Antes de pensar em chutar o pau da barraca, firma bem eles no chão.

Uma coisa é, quando a gente quer extravasar e bagunçar.
A outra completamente diferente, é quando, sem pedir licença, entra um vendaval arrastando tudo em nossa volta.

Livros, lembranças, cuecas, prato preferido, musicas, cheiros, bordões, coração e tudo o mais, despedaçado, dilacerado e em algum canto dessa vasta escuridão.
Uma verdadeira CATÁSTROFE amorosa.

Não sou a mulher do tempo pra dizer quando exatamente, vai entrar uma tempestade na nossa vida, o que eu sei é que da pra se proteger dela e evitar maiores danos.

Já parou pra pensar que o vento só entra, se a gente deixar a casa aberta?

Na minha opinião, a maior falha nos relacionamentos é a mulher se colocar de vítima de ilusões e falsas promessas quando a própria é quem abre a janela.
A verdade é que sofremos de um mal chamado ilusão, e quem se engana somos nós mesmas, por conta própria e sozinhas.
As vezes esperamos uma tempestade e só o que vem, são pingos de uma chuvinha de verão.

Os caras enganam,mentem, difamam,e usam, SIM. Mas só a quem permite.
Viver exige perdas, ganhos e riscos. Se não quer cogitar a possibilidade de ser iludida,também não está pronta para ser amada.

O segredo está no equilíbrio, se você não tem, não abra a janela.

domingo, 18 de agosto de 2013

Amor naftalina

Não precisava escrever nada disso. Tá velho, passado, engomado e bem guardado no armário, com cheirinho de naftalina.
Mas viver qualquer outro tipo de relacionamento, me faz lembrar daquele.
OS OUTROS vão sempre me fazer lembrar DELE, por semelhança ou por extrema diferença.
Ou porque era bom, ou porque poderia ser melhor...E quem vai saber?!

É, novamente...Você!

Quando eu te conheci, eu te queria de alma, te queria mesmo antes de te querer ou mesmo de ter te visto. Eu sabia que de alguma forma você estava colando na minha estrada, logo ali nos quilômetros seguintes, e te esperei no acostamento.
Guardei minha gasolina, meu carinho, minha direção, minha dedicação, meu step, minhas malas e todo o meu amor que coube na caçamba.
E assim foi. Vivi intensamente, e ao mesmo tempo devagar, degustando tudo que podia, que devia, que conseguia, e me esforçando pra ser cada dia mais e melhor. Por você, por mim e por nós.

Enfim...Passou o tempo necessário e o nosso futuro chegou ao fim. Hoje é um passado bem enterrado, mas que se torna presente dentro da minha cabeça a cada novo atalho que eu pego.
Eu não te quero de volta, nem tão pouco te aceitaria caso você quisesse.
Mas acabei chegando à conclusão que além dos meus DVD´S favoritos, e minha caneca de leite, meu coração deve ter ficado por ai, em alguma gaveta.

É mais ou menos isso. Te doei todo meu amor, e não estou te pedindo ressarcimento.
Mas, na medida que, o tempo passa, eu percebo que não vou mais amar. Pelo menos não daquele jeito.
E não digo que eu já não tenha gostado, ou qualquer coisa parecida, por outro alguém.
E sei também que posso um dia aprender a amar diferente, amar com respeito, amar com carinho, amar com tesão, amar como amigo, mas gastei minha cota vitalícia de amar com amor e só.
Acredite: Os outros, ainda são os outros, e o coração até tenta, mas nunca me enganou.

Não era, não é e nunca será, aquele nosso amor, amor.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cão arrependido


Até quem tá de fora já percebeu. "-Tá na cara que é um novo amor!" eles estão dizendo. 
Tem brilho no olhar, bochecha corada, sorriso de orelha a orelha.
Os sintomas conferem...

Lamento informar, mas sou apenas eu, reaprendendo a me gostar.
É que faz uns dias aí, que vagou aquele seu espaço no meu peito e pude preencher de novo com meu respeito por mim mesma.

Aí você fareja e reaparece como se nunca tivesse sumido, reivindicando pelo espaço como se fosse cadeira cativa.
Sinto muito, o tempo CUROU.
Cada minuto é uma navalha pra quem fica esperando sentada.
Sinal de fumaça, sinal de fogo, sinal de transito, sinais do corpo... Nada.

Talvez seu corpo tenha demorado a sentir minha falta e agora pouco me importa o porquê.

Esperei, sonhei, desejei e perdoei, antes mesmo de você sentir qualquer culpa. Pensei, lutei, sofri, esperei mais e mais, até que resolvi acordar.

E depois de todo esse pesadelo, você volta partindo do principio que nada aconteceu. Quer retomar o tempo que perdeu, se arrependeu,...já li esse livro. E não adianta fazer rima, verso e prosa, eu estou decidida.

Você não sabe, mas por me deixar à deriva, acabei aprendendo a guiar o vento. 
Não é vingança é proteção, não quero mandar em você nem em ninguém, só ser dona do meu coração.

Admito que se eu não tivesse memória, eu te aceitava de volta.
Porque esse teu papel de apaixonado/carente tá me derretendo por dentro.
Só que meu coração te botou de castigo, e não adianta vir com o rabinho entre as pernas, não vai sobrar osso pra você roer.

Eu JUREI nunca mais me esquecer que especie de criatura é você!

Seria bom te pôr de volta, te encaixar aqui, ali, lá...Mas enquanto te amar significar me esquecer, não vai dar pra dividir meu coração com ninguém além de mim mesma.

Mas, tem um cantinho aqui nos pés da minha cama.Topa?


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Armários e amores

Sou bagunceira NATA.
Meu quarto, minha cama, meu banheiro,meu armário, minha bolsa e minha vida precisam de uma faxina constante.

A questão não é a preguiça, é o apego!
Eu só tiro uma roupa do armário, se for pra doar e antes de chegar nesse ponto, eu lavo, customizo, mudo as combinações, e tento dar chances, pra mesma e velha roupa de sempre.

Na minha bolsa eu faço limpas, mas deixo lá, meus itens importantes, de primeira necessidade (que eu quase nunca uso):
removedor de esmalte
remédio uma “Neusa”
maquiagem
cartão do salão
e meias.

Itens que permanecem lá independente de quantas vezes eu fizer uma limpeza, na bolsa.
Afinal, a gente nunca sabe quando vai precisar, de meias.

Na vida amorosa funciona do mesmo jeito.
E na minha opinião, um  armário/uma bolsa de mulher são os espelhos de seus corações.

Eu não me orgulho disso, já que minha primeira frase foi essa declaração bombástica sobre minha falta de organização.

Mas a verdade é que, o mesmo acontece com os amores.

O vai e vem, de amores criam uma miscelânea de casos impostos por mero acaso, e que eu deixei ficar lá, sem ponto final, sem adeus, sem partidas.
Só joguei no armário, e ali permanece, criando pó.

As vezes a gente acha que vai ficar linda com uma roupa, e deposita o sucesso da festa todo: naquele modelito.
Aí quando veste, não encaixa, não combina, não flui, e a roupa fica ali, jogada no armário, esperando uma outra tentativa, uma outra combinação, uma outra ocasião.

Quando chegar o dia da limpeza, você se espanta com a quantidade de peças até bonitinhas, novinhas, mas sem utilidade, no seu armário.

Aí cabe a você decidir se insiste ou se passa a diante, quem sabe a próxima possa aproveitar melhor.

A vida muda quando a gente aprende a organizar o armário.
Mesmo que não for jogar nada fora, separa por prioridade, ou por encontro: cinema, choppinho, night, casa...

Enfim, com os homens continua sendo a mesma coisa.

O segredo entre bagunça, armário, bolsa e coração, é o tal do desapego.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Bom te ver (Só que não) !

 Devia ser proibido.

E nesses casos eu aposto na receita da minha amiga, Piovani:
  • Dois seguranças, 
  • uma fita métrica, 
  • uma pitadinha de pimenta, 
  • um corte fino de língua afiada, 
  • saudade/rancor à gosto, 
  • e alguns metros de distancia.

Tudo para evitar qualquer tipo de contato com o antigo relacionamento.
Devia ser proibido dar de cara com o ultimo ocupante da tua cama e da tua vida, andando assim, desprevenida.
Por mais amigável e civilizado que possa ter sido, a situação é constrangedora demais até pra duas pessoas de cabeça madura (que não é o caso da citada acima).
Cruzar a rua, chamar o nome, fingir que não vê, ou pior: cumprimentar com aqueles dois beijinhos, misericordiosos.
Olho no olho de quem se conhece de todos os ângulos, perguntando superficialidades, como dois vizinhos de condomínio.
É triste ver passar aquele abraço gostoso e ser trocado por um cordial tapinha nas costas.
É duro perguntar "como você está?" e ouvir em retorno, qualquer resposta automática, dita apenas para interferir aquele silencio dos olhares.

Dá pena ver todo aquele amor escorrendo pelo ralo, e mesmo que não tenha restado uma gota de amor, não se pode arrancar o costume e a intimidade, junto com o final do relacionamento.

Era uma vida juntos, uma troca de carinhos, de cafunés, era divisão de edredom, era manhã, tarde, noite e sonho, eram beijos na boca e porque não, pelo corpo.
E agora, aquele mesmo lábio que desbravou regiões desconhecidas, só consegue se aventurar no quintal do corpo, na vitrine, batendo na trave de um sorriso amarelado e sem força.

Eis que, como um nado sincronizado de gestos e palavras, os dois colocam suas mãos no ombro oposto, uma troca de olhar penosa pelos ex futuros planos, e enfim as palavras se juntam, uma em cada boca: "Que bom te ver!"
Uma tentativa clara de tornar mais breve aquele reencontro imposto pelo destino.

Ironia ter alguém na sua frente que, por tanto tempo era a razão da tua existência, do teu respirar, tuas noites de sono e de insonia.
E agora,do: "eu te amo mais que o infinito" ,o maior sinal de afeto que se ousa ouvir/oferecer, é que "foi bom te-lo visto".
Por fim, se dão as costas e cada um segue seu caminho oposto.
Será mesmo que foi "bom"?

#sóquenão

Num rompante de sinceridade, os corações gritam sem voz: "Eu to bem melhor que antes, mas não foi bom te ver. Basta saber que está vivo."

Não é medo, recaída, incerteza, saudade, vontade ou amor.
É estranho!

Mas o fim da história, é tão racional quanto o fim desse (des)encontro.
Cada um pro seu lado, pro seu rumo, pra sua estrada, com ou sem pimenta, segurança e fita métrica.
Pois de fato, naquela despedida, nenhum dos dois olhou pra trás.