quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Do jeito que for.


Pudera eu ter alguém como ela. Quisera eu SER alguém como ela.

Ela cozinha, limpa, cuida, traz café na cama, comida na boca, não nega fogo.
É carinhosa, amiga, meiga, mulher, mãe.
Tudo isso de unha feita, cabelo impecável e maquiagem de novela.
E o melhor: Ela te quer!
Te quer tanto que dói não te ver, e machuca o fato de você não estar aqui. 
Mas, pior ainda é quando está perto mas não está.
Fere te olhar sozinho, solitário, indefeso e indeciso.
Ela sabe o que é melhor pra você.
E sabe que pode te dar isso e tudo o mais que você quiser.
Ela sabe que o melhor pra você é ela. E pra ela, cegamente, é você.
Eu gosto de você, mas ela merece muito, e tenho minhas dúvidas de que você é capaz.
Eu não lembro mais como funciona esse tal de amor. Mas é muito perto disso o que ela sente.
Saudade, vontade, angustia, desejo, medo, saudade de novo e por aí vai.
Deve ser amor mesmo, mas quem se importa?!
Eu não to buscando uma tradução pra esse mix de sentimento.
E nem ela ta interessada nisso.
Só to querendo te dizer, que ela te quer.
Ela te quer, e quer toda hora, e sempre.
Mas principalmente, ela te quer tanto, que aceita, o que você quiser com ela.
Se você quiser às vezes, ela vai querer às vezes. Se você quiser só vê-la, ela quer te ver. Se você quiser uma vez por mês, ela vai programar a agenda. Se você quiser sair, ela vai sair, se você quer respirar ela vai deixar, se você quiser beber ela te alcança o copo, se você exagerar ela te ajuda a levantar, se você quiser fumar ela acende o seu cigarro, se você quiser conversar ela é ouvidos, se você quiser conselho ela é boca. Ela vai te cuidar, ela vai te deixar, ela vai te prender, ela é o que você quiser.
Ela só quer que você a queira, do jeito que for.
Porque ela te quer, entendeu?!


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Mais uma vez/Campanha do Agasalho

Malas prontas.
Devo ter deixado um par de meias e aquela toalha no varal.
O suco na porta da geladeira você também gosta, né?!
Pode ficar pra você.
Estou pronta pra te esquecer, mais uma vez.
Te apagar da memória, da rotina, da vida.
Já botei uma nota mental: “fingir que tudo não passou de um sonho estranho.”

E foi. Porque eu já não sei mais o que eu fantasiei e o que aconteceu, de fato.
Cansei de viver sozinha com E por você.
E pela primeira vez, eu consigo sentir aquele ventinho chamado liberdade.

Não sei por quanto tempo, se é pra sempre ou daqui a pouco volta tudo, mas por enquanto to me sentindo bem assim. Não te querendo e me querendo mais.

Te deixar, é a resposta mais sensata ao meu futuro.
O meu corpo ta teimando em arrepiar os cabelinhos do braço só de pensar que o acabou pode ser pra sempre, dessa vez.
Mas não adianta empurrar uma lembrança com a barriga.
Não deu liga, não vingou, e é isso mesmo que somos, um pedaço da lembrança um do outro.
Não temos história, caso, conto, fato, não temos nada, e hoje nem a nós mesmos.

Eu sei que VOCÊ (me)quer. Eu sei O QUE você quer, como e QUANDO quer.

Mas certeza maior é a do que EU QUERO também. E decidi que, a partir de agora, eu só carrego o que for meu.
E todo o resto, é peso morto.

Minhas bagagens, minhas velharias, meus trapos, minhas poeiras, meus direitos, oras.
Eu já conheço o peso da minha mala, do meu fardo, meu karma e da minha consciência.

Tem uma ou outra bugiganga preferida que a gente se apega e não quer se desfazer.
Mas tem horas que mesmo o agasalho preferido, precisa ser passado adiante.
Tem gente aí passando frio. E eu DETESTO que roubem o meu cobertor.