sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O melhor remédio


Confesso que chegava segunda-feira e a ansiedade de te ver já pulava peito a fora. Te encontrar era sempre muito bom. Era químico, era físico, era platônico, era... Sei lá, era indecifrável.

Era tão bom que, mesmo não significando nada, os outros foram se tornando apenas os outros, reles testes-drives que me levaram pronta pra te aceitar na minha vida, na minha cama, no seu chuveiro, e em qualquer lugar, sem hora, sem medo, sem roupa.
Era pra ser nada, mas o tiro saiu pela culatra. Gostei mais do que eu confiava, me diverti mais do que eu precisava e aprendi mais do que eu esperava. Aprendi a dar valor a cada fração de segundo, pois num relacionamento como esse (ou a falta dele), cada dia era um ponto a mais na tabela.

Achava engraçado ouvir você falando em destino, e dentre tantas outras historias que você me contou, eu sempre gostei daquela que você preferiu ficar em silêncio. O cheiro que eu gostei de farejar é esse amor que você sente sei lá por quem, e que talvez nem você saiba mais.
Aliás, isso foi o máximo que eu consegui “farejar” até hoje. Eu desconfio que você não seja tão previsível quanto os outros, e não passa pela minha cabeça o fato de eu não conseguir decifrar o que se passa na sua, nem por um minuto.

-“Porque é tão difícil te decifrar, minha esfinge?!”.
Queria ouvir outra resposta, mas estava escancarado que essa esfinge, só queria mesmo, me devorar.
E eu deixei, ou melhor...eu pedi pra que isso acontecesse...

É, tem ocasiões da nossa vida que a gente olha pro céu e pede cada coisa esquisita pra curar a nossa carência egoísta. A sorte é que Deus não nos dá.

Mesmo contra a vontade do cara lá de cima, me envolvi, me entreguei, acreditei e todos aqueles clichês de uma mulher apaixonada, sim...me apaixonei.

Mas, não se preocupem comigo...passou...
-Passou?
-É,não vou mentir, não sei bem o quanto passou...
Mas hoje eu vejo  que ele  foi só um pit stop, pra abastecer de experiência e só depois seguir minha viagem tranquila.


É bobeira de mulher achar que os romances que a gente inventa, tenham final feliz.
A vida não tem um final feliz, a vida tem momentos felizes. Eu fui feliz o tempo que durou e saí a tempo de ficar doente.


Sabe aquelas vacinas que eu tomei? Estou precisando de uma nova dose, vai que dessa vez, eu escapo dessa virose chamada paixão. Sei que, se continuarem os sintomas, já me indicaram um médico, diz que ele é velhinho já mas é excelente, é um tal doutor chamado tempo.