sábado, 15 de março de 2014

Não deixar passar...

















 É, eu to engasgada e isso sempre acontece comigo.
Só sei dizer que tá doendo.
Não decifrei se é cotovelo, coração ou, se por engano, engoli borboletas e elas agora, estão fazendo uma trip na minha barriga.
É incomodo!

O que mais machuca é esse refluxo de palavras que precisam ser ditas,
mas que acabam sem força pra sair da boca.
E em questão de segundos, o verbo que estava na ponta da língua volta para a boca do estômago.
Formando um ciclo vicioso de silencio.
E assim a gente vai levando: Engolindo sapos, palavras, momentos...

Com a sensação do: "Eu já teria dito, se tivessem perguntado..."
O problema é que ninguém quer saber de ninguém além de si mesmo.
A gente culpa a falta de atitude de uns, mas também não tem coragem pra fazer o que acha que eles deveriam ter feito.

Tá difícil pra você que imaginou toda a cena na cabeça?!
Imagina, pra quem não faz nem ideia que está no seu roteiro.

E aí forçando a barra, a gente leva a vida no improviso. Esperando a fala do outro pra passar para o próximo ato.
Um erro muito comum. Esperar pelos outros.

Não to falando pra sair correndo até o bairro vizinho, subir os 9 lances de escada, bater na porta do cidadão que te deixou com gastrite, e vomitar tudo que tá entalado na garganta.

A verdade, é que antes dessa opção, a gente teve um mundo na nossa frente, apontando pro mesmo caminho, mesma direção. Era só uma questão de: Não deixar passar...

Passou!
E, antes que pudéssemos piscar os olhos, se foi mais uma chance de tentar se entender.

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Agora fica esse dito pelo não dito que o silencio nos grita.
E eu não faço ideia do que você pensa a meu respeito, depois de eu ter ignorado o que aconteceu.

Pois bem: Pode parecer maluquice. Mas eu decidi que não queria mais VER você, no instante que descobri que te queria um pouco MAIS.

E nessa confusão mental, acabei ganhando menos do que eu tinha, quando eu não tinha nada.

Aí veio o tempo, arrebatando todo o resto;
Curando, tirando, e fazendo algumas coisas perderem o sentido.
Tipo aquela nossa piada interna que eu jurei rir eternamente e que, de repente perdeu a graça.
Cansou, passou, parou, caiu, foi, deu...morreu.

Mas ainda assim, se por acaso eu te encontrar, vou querer falar...
Já nem sei mais o quê!
Pois só de pensar em te ver, eu perco a fala.