quinta-feira, 14 de março de 2013

À favor do silêncio


Minha mãe sempre dizia: -"Quem muito fala, pouco faz!"
Como qualquer conselho de mãe, a gente só entende quando vive.
E hoje, além de concordar ainda uso a mesma expressão em um novo contexto:
Quem muito fala, pouco SENTE.

Eu nunca entendia o porquê não conseguia acreditar nas juras eternas e no excesso de carinho, e me culpava por não poder retribuir todo aquele amor efusivo, explosivo.
Em tão pouco tempo, assim? É isso mesmo meu jovem?!
Só falta agora você dizer que me ama.

E não disse.
Pois quem muito diz que gosta, também gosta de muitas. E diz o mesmo pra todas elas.

Desculpa aos românticos de plantão, mas não acredito em "amor miojo", é o tempo de ferver a água e já tá amando. Esse tipo de gente deveria (ou tem) ejaculação precoce porque putz...é tudo muito rápido.
Tá com pressa? Quer chegar aonde correndo desse jeito?!

Amor à primeira vista é DESEJO disfarçado, é vontade que dá e passa...e some.

Por isso que eu acredito apenas, no "amor simplesmente amor", no amor genuíno, amor que surge com admiração, com respeito e porque não: com o tempo!
Quem muito fala que gosta, que ama, que sente, que adora, que admira, num curto período de tempo, provavelmente não sente.
Esse tipo de gente te entope de um turbilhão de elogios batidos no liquidificador, qualidades que nem você conhecia de si mesmo, e é obrigada a tomar toda aquela vitamina goela abaixo.
Seria bom se fosse saudável...
Seria saudável se fosse sincero.

Ao mesmo passo que, os meus maiores amores, perduraram por um longo tempo e alguns até hoje, não sonham o tamanho da minha admiração por eles.
Não por medo e sim por precaução, por respeito a mim, pois exposição demais é sinal de insegurança, e um amor sadio não merece que sejamos vulneráveis.
Fora que eu sempre gostei de cultivar esses amores no meu intimo, no meu eu, e só.
Amar em silêncio é mais seguro. Já perdi pessoas por explanar sentimentos, muita gente vê os outros apaixonados e querem aquilo pra si. eu incentivo o amor, mas não roubem o protagonista dos meus sonhos, por obséquio.

A obviedade de tudo isso é que, falar é muito fácil.
Gente carente fala muito mais do que sente, é medo de perder, é posse, é mostrar o que não é, o que não vê, o que não sente. É insegurança, e é triste.

No amor mesmo, não se vê excesso de qualidade nos outros, se vê tudo, inclusive os defeitos.
Afinal, amar é aceitar que somos diferentes e ter respeito acima de tudo.

Quando é amor mesmo, a gente trava.
O amor não é pressa, amar é perder a noção do tempo.
O amor te tira as palavras, te tira o folego, te tira a voz, te arranca a roupa, o coração acelera e a gente fala o que pensa, e não frases ensaiadas para agradar ninguém. O amor não tem roteiro, o amor não é rotina, não tem programação, o amor simplesmente acontece... E quando acontece, o silêncio se torna a trilha sonora perfeita para ouvir de mansinho as batidas do coração.