sexta-feira, 19 de julho de 2013

Plantar uma arvore e ponto final.

To sentindo um desconforto no estômago, suspeito que tenha sido, uns sapos que engoli naquele jantar. Ando enjoada de uns pratos típicos, até dos meus preferidos. E chega um ponto que, por mais que eu consiga mastigar e engolir, as náuseas me vencem. Enfim, to precisando vomitar umas palavras.
Cansei de cair sempre nas mesmas tramas, como se todo filme tivesse o mesmo final, feliz ou não. Muda cenário, atores, muda diálogo, enredo, muda até o gênero. Mas naqueles 45 do segundo tempo, um pouco antes dos créditos, é sempre o mesmo ponto final.
Ponto final...Talvez seja isso que me falte.
Dos roteiros que escrevi, posso ter dado muitas lições de moral, posso ter entrado de cabeça no gênero dramático, assassino, louco-apaixonado, ficção, uma comedia romântica, e até um suspense, mas não me lembro de ter dado um ponto final em quem quer que seja, mesmo quando EU mesma digo, que não quero mais.
Eu tenho essa falha no sistema.
Já disse muitas vezes “não te quero mais”, e cortei pessoas da minha vida, as quais eu, na verdade, queria cada vez mais perto e pra sempre do meu lado, colado, na concha.
Ansiedade, medo ou cansaço.
Vai saber?! Mas se não fosse eu, o destino iria tomar essas pessoas de mim, de qualquer forma.
A verdade é que eu acabo cortando quem eu mais quero, por saber que não posso ser correspondida em igual proporção, e que se algum dos envolvidos tiver que pedir pra sair, então que seja eu.
Prematura que sou, igualmente lido assim com os relacionamentos. Amo, me entrego e me envolvo até o ponto de cansar,  e canso rápido por que eu sou intensa e se não recebo o mesmo choque de volta, eu tiro logo da tomada. Pra evitar maiores traumas, pra fingir pra mim mesma que eu tenho o controle da situação, e voltar segura pro meu aconchego, pra minha incubadora.
Acontece que, esses pontos finais se multiplicam, e quando eu vejo, só tenho reticências nos meus casos. Por mais dramático ou psicótico-assassino o final de algum enredo, mais dia, menos dia, o mocinho/vilão aparece na minha porta novamente.
Ciclos de amor não fechados, são como almas penadas nos corações, você pode até estar com outro na conchinha, mas a lembrança e/ou a presença do falecido, vai vim te puxar o pé quando você menos espera.
O ruim é quando a gente espera e o infeliz não volta.
Por sinal, os meus “ADEUS com sentimento”, tem duas finalidades: os que eu só falo pra analisar a reação do individuo. E os que eu, de fato, cansei de esperar qualquer reação.
E pra ter um homem sem reação ao lado, eu prefiro plantar uma arvore no meu quintal. Pelo menos é ecologicamente correto.
O que interessa nisso tudo, é ir tentando honrar com minhas palavras, com meus “ADEUS”. Por que depois que chegar nesse ponto, mesmo que ele implore e meu coração o devore, vou preferir botar as mãos na terra. 
Tá decidido:  No meu jardim sempre vai ter espaço pra mais uma arvore, mas meu coração já ta fechado pra esses casos inacabados, sem exceções. Vai ser assim e ponto final.