sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Talvez hoje.


Já não choro mais por tudo, nem por tristeza, nem por saudade, ou alegria.
Também não minto mais por nada, nem pra agradar, nem pra ferir, nem por mentir.
A mentira enfeita, engana, cega.
Aprendi que a mentira é uma tela pintada de tinta guache, pode ficar bom, encher os olhos mas, no momento que vier um “balde de verdade fria” ela vira sujeira, virá pó.
Aprendi a sustentar meu nariz, a guardar os trocados, colocar na ponta do lápis.
Fui obrigada a lidar com os meus problemas afinal, chega uma etapa da vida, que não tem mais no final do contrato: assinatura do responsável.
É só VOCÊ, sua rubrica e aquela carga chamada responsabilidade.
Pude perceber o valor da minha cama, do chão, do frio e de estar só.
Me dei conta de que conhecer muitas pessoas não significa ter amigos.
Entendi o ditado que diz que você colhe o que plantar.
E por tudo que me permiti passar, não tenho medo de dizer, que muitos frutos que colhi estavam podres, minha terra não vingava.

O amor é o único fertilizante que faz a terra florescer.
Ele também é a única razão que me impediu de desistir.
O amor pela vida, pelo novo, pela dificuldade que agora eu, carinhosamente apelidei de desafio.
Eu não me arrependo, com todo o respeito, por nada.

Com o tempo a gente aprende, que o amor não faz a gente se arrepender e pedir desculpas, faz a gente pensar antes de fazer qualquer coisa, faz a gente se colocar no lugar das outras pessoas, e se posicionar frente a ela, se for preciso.
Talvez hoje, eu não seja mais aquela palhaçona, mas não é por falta de alegria, é por amadurecimento.
Mas caso meu lado “clau” vier à tona, deixe ele agir.
Não é regressão, eu já aprendi a dozar.

Tudo que passei, me faz sentir orgulho pelo que venho me tornando.
Hoje eu sinto ter a mesma idade que minhas primaveras.
Hoje me sinto maior. Não maior que os outros, maior que eu mesma.
Hoje eu não tenho mais um grilo falante pra carregar no ombro,
Hoje eu tenho uma consciência que me carrega e me guia.

Hoje eu não choro mais para mamar, hoje eu luto pelo meu próprio leite, pelo meu pão, meu teto, meu espaço, meu lugar no mundo.

Hoje eu me aceito e me apresento, sem maquiagem, sem farça sem jogos.
Hoje eu tenho certeza de que não irei cometer os mesmos erros, cair nos mesmos vícios,
Se for pra errar, que sejam erros novos.
Quero crescer, quero arriscar sem magoas.

Quero tudo que a vida me oferecer, e o que o universo já tem pra mim.

Hoje eu não vim dar um tiro no próprio pé, ou um chute na cadela dos homens,
Eu não vim criar frases de efeito e nem agradar quem estiver lendo.

Hoje eu vim dizer que nunca é tarde para mudar, pra ser melhor.
Cada um de nós tem tantas facetas.
Porque não se reciclar?

Eu me reinventei.
Muito prazer!