terça-feira, 28 de junho de 2011

Festival do drama

Sexta-feira a noite e e na volta do trabalho de 12hs, não pensei duas vezes antes de parar naquela velha locadora. Fiz uma salada de fruta de gêneros que é pra agradar todos os Eu’s que surgirem durante o fim de semana.
Entre um filme e outro, lá pelas tantas, a gente acaba colocando nomes aos personagens, transformando o filme em mera cena de cotidiano em família.
E nessa brincadeira de misturar figurantes e personagens principais parei um pouco pra pensar nos meus vizinhos de arvore genealógica.

Somos 4, 5, 6 ou 7...ou somos mais, que se confundem entre primos que são irmãos, em mães que são filhas, avós que são mães e pais, e tios que serão sempre filhos,... a gente sempre se entendeu direitinho nessa confusão de papéis. (ou não)
E pelo sim ou pelo não, eu fugi.
Saí enquanto era tempo, e preferi passar perrengue por fora do que aguentar o peso de ser um de nós.Mas a verdade é que longe ou perto, eu sempre serei um de nós.
Do que eu fugi?Eu ainda não sei, mas de alguma forma, aquilo que me prendia ao mesmo tempo me fazia escapar, e por isso eu fugi.
Eu não fui a primeira a fazer isso e não serei a ultima, até que a gente descubra que nuvem preta é essa que afasta todo mundo com medo de encarar.
Quando eu falo em fugir, não é só juntar as trouxas e sair de mala e cuia, é fugir nem que seja por pensamentos, nem que seja por algum momento, e se isso entra no quesito fuga, todos que já sentaram naquela mesa matriarcal temos a ficha suja em se tratando de válvula de escape.
Ai é só parar pra pensar que, fugir não resolve nada nem nunca resolveu, e se válvula de escape fosse boa, meu tio não estaria numa vida paralela obrigatória até hoje, por causa disso.
Tá na hora de cada um de nós abrirmos os próprios olhos e enxergarmos que estamos juntos nessa, por um único motivo: KARMA.
Sejamos católicos, budistas, evangélicos, kardecistas, rastas, messiânicos, o que for,...Temos que admitir que o defeito que incomoda tanto no outro, é o que temos de mais evidente na gente.
Somos um ao outro, na sua imagem e semelhança, somos o reflexo de nos mesmos, somos ainda que fraquejada, uma família.
Eu estou aqui por um motivo até meio egoísta. De nada adianta tentar se curar sozinho, se a enfermidade está no laço que nos une. Em outras palavras, por mais que a gente não queira se envolver, esses fantasmas, sempre acabam nos puxando pelo pé.
E não adianta, mais cedo ou mais tarde, a gente vai acordar debaixo da cama.


Se eu pudesse fazer um pedido, gostaria que, antes que fosse tarde, ter a família unida em pensamento, em coração e em presença. E sim, necessariamente nessa ordem.
Pois só vale a pena, unir em presença, se aprendermos aceitar uns aos outros com o coração e pensamento. E esse é o nosso problema, quando largarmos de mão os preconceitos, os pudores e valores, nós conseguiremos aceitar os outros, com seus defeitos e com seu passado.
Por mais tempo que isso possa demorar, eu peço ao universo para que isso aconteça, pois confio que nessa ocasião, desmancharemos os cadarços que prendem o tênis de um, no outro, e acabam nos deixando cair, nem que para isso, nós tenhamos que voltar a andar de pés descalços.
Pra finalizar, eu queria justificar, que nem faço isso tanto pela família em si, mas mais pela minha ânsia de mudar o mundo. Só que eu aprendi, que não adianta olhar pra fora da janela e pedir por pessoas melhores, se dentro da janela, sentada na mesa do almoço estão 6 desconhecidos com o mesmo sobrenome.
Dizer que ama é muito fácil, e amar as qualidade é uma TETA! Mas uma família, não pode dar as costas quando a situação não sai do jeito que a gente quer, não dá pra ignorar o sangue do teu sangue.
Hoje eu posso dizer, vó, vô, mãe, tias, tio e primos (as), do fundo do coração: Amo e respeito cada um de vocês, com sua excentricidades e fraquezas, com seu passado e seus erros por que isso é o verdadeiro amor em família. Perdão se algo que fiz os magoou, e me perdoem a distancia, mas espero que essas palavras estejam tocando bem perto, no coração de cada um.
Enfim, se a família é uma amostra fidedigna da população, temos que começar com ela, caso contrario, de nada adianta reclamar do resto. Desculpa se não der certo, e se pra vocês tudo isso for bobagem, eu queria e quero mudar o mundo, começar é sempre difícil, e tudo isso não passa de um primeiro passo.